sábado, 31 de janeiro de 2015

Cada batida . . .



Cada batida do coração
apressa-se sem destino,
forma nós,
estrangulamentos de garganta,
que me asfixiam
como se fora só pulsar,
fragmentada na dúvida.

Com a distância de permeio,
hesito no limiar de te ver.

Ergo o braço,
logo contrariado, 
em pensares de receio,
e se não me queres ver?

Bato?
Não bato?

Fixo os olhos no batente.
buscando resposta
em demanda sem juízo,
procurando-te,
o teu beijo já ali.

Ronda-me a avultada tentação 
 nos momentos
de palpitação acelerada 
onde sou vontade e desejo.

Finco os pés 
no pórtico de ti,
sinto-me inteira,
na proximidade do 'quase'.

Prestes a explodir,
sou vencida na incerteza,
deixo-me enlouquecer,
viro as costas,
não quero saber.

Não sei onde estou,
quem sou,
para onde vou.

Sou espírito de outros natais,
espectro transparente
por entre gentes que não me vê.

Cada batida do coração
corre na luta de chegar
à tua porta,
bater e, 
simplesmente ,
'Estar em Casa'.




quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Por entre esquecimentos com Caetano Veloso




Por entre revoadas
de lembranças,
vou ensaiando o teu esquecimento.

És como sopro 
que desgrenha meus cabelos.

Domando-os, 
esvais-te na saudade,
desmanchas-te na passagem do pente.

No eco do teu voo,
sinto-te no vento
que chama por mim.

Não sei aprender a te esquecer
pois se cada respiração sabe a teu ar,
como atmosfera por onde esvoaças,
aragem que me lembra de ti.

Pérola





segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Sou aquela menina . . .



Sou aquela menina 
de caracóis negros,
olhar crédulo,
com medo do escuro.

Pois sou!

despercebida franzina 
em procura de colo,
de afagos em forma de mão.

Sou aquela menina
curiosa,
deslumbrada em pequenos nadas,
um mundo só meu.

Tempo, 
que me queres?

Não quero esse presente
embrulhado em dias que se foram,
enlaçado por anos apressados.

Não sabes que ainda sou aquela menina ? ? ?




sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Chamas-me


Como gosto quando me chamas de querida!

Olhas-me por entre linhas 
de um jeito só teu,
desarmas-me,
arrepio-me e sou-me
nessa palavra querida!

Sob o bafo do Sol,
na chuva das folhas de dias que se foram,
com o frio do caminho curto,
não me importo.

Sei do calor das tuas palavras,
do teu corpo que que me aguarda,
da vontade (des)coberta no tempo,
do teu chamado de querida e basta(-me)!


quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Dramática



Quando te foste
veio-me à boca o doce
de te pedir para ficares.

Quando te foste
o vazio tomou conta de mim
como se a vida parasse.

Quando te foste
lancei-te um feitiço
para que te lembrasses de nós.

Quando te foste
esfumei-me na ausência do que sou 
quando estás aqui.

Quando te foste
catei as migalhas no lençol
do teu amor que desejo.

Quando te foste
desvairei nas sombras
tornei-me reflexo,
dramática amante
com nada.


terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Ups !!! Já se passaram 3 anos . . .



Tem dias, horas ou momentos em que a vida nos toma,
arranca-nos até de nós próprios.

Depois de muito vestir e despir, chorar, rir, recordar e sonhar,
eis que o blog completou 3 anos de existência e eu ?

Esqueci-me, pois claro.

Tão simples como isso . . . deixo-me arrastar pelo quotidiano e nem me lembro de mim.

Não fosse o querido Alberto a bater-me à porta, todo janota, com gravata e tudo, teria passado.

Vejam lá que até me trazia flores.

Um grande e verdadeiro querido, sem dúvida.
( não mereço)

Por outro lado, quer-me parecer que o lapso deve ter algo de inconsciente:
Não aprecio o tempo a passar e a idade a pesar.

Porém, não posso deixar a data em branco pois as alegrias da Blogosfera têm sido imensas e inesquecíveis.

Que a memória acorde desta letargia semi congelada!




Irei visitar-te!

Entretanto, fica com com o meu beijo e uma flor do 'e era tudo muito bom',
então não é?



Parabéns a mim!



sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

O Acaso + A Coincidência + O Destino = ? ? ?

(No título, o traço - é para ser um sinal de igual  = , porque não entra?)

Acaso? Coincidência?


A preto e branco, mas de ideias cinzentas.

Sou eu, quem mais???

Para ser sincera, não acredito que a vida seja única e exclusiva consequência de mim.
Nasci, cresci, escolhi, vivi e ainda aqui estou sob determinadas circunstâncias que me condicionaram e, de alguma forma, limitam.


A coincidência, o acaso, o destino são temas sobre os quais penso, questiono sem conclusão fechada.

Não preciso de verdades científicas, não.
Tão somente gostaria de sentir que o acaso não existe.

Tudo tem um significado: Não é tão belo?!


Na realidade, ou melhor, na realidade de cada um, vai correndo o tempo qual rio em ciclo da água e cada qual mergulha, ou apenas lava as mãos, nesse curso conforme lhe aprouver, apetecer, conseguir ou for obrigado.


No meio de tudo isto, ficamos com o Acaso em nossas mentes, a Coincidência aparece vezes demais e então entra o Destino.


Não sei!
O enigma assemelha-se a código indecifrável.

Apenas sei que acasos me acontecem, coincidências também,
será o meu destino?
Ou será apenas o aleatório a provocar-me?

Alguém conhece a equação?



terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Diz-me . . .



Diz-me que o amor é molhado,
como tua boca,
 regando meus lábios,
levando humidade tropical
por toda a superfície que sou.

Regas meus sulcos,
planicíes, planatos,
percorrendo minha geografia integral
com esse amor 
que sinto molhado.

És como chuva 
em terra fértil,
rastilho de explosão ensadecida,
por onde brotam sementes precoces,
desvairadas germinações.

Deixa-me desenhar-te
em gotas de suor,
minhas,
tuas,
o fogo molhado
que nos consome.

Vem uma vez mais . . .
diz.me que o amor é molhado!




sábado, 10 de janeiro de 2015

Como flor . . .


Trouxeste-me a simetria das flores
no eixo da tua boca molhada,
o perfume delas
no teu corpo que me inebria.

Trouxeste-me a suavidade das pétalas
na tela da tua pele
por onde me pintas
e me fazes flor.

Trouxeste-me a loucura da primavera
na explosão do teu olhar,
o silêncio do desejo
nas tuas mãos
com que me prendes
e chamas tua.




quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Será destino?


Anna Majboroda


Busco a estrada larga,
o prazer da caminhada,
a ponte que me elevará.

As pernas alternam-se,
sem reclamar,
neste chão 
que se metamorfoseia.

Ora rocha, 
ora tapete perfumado,
os sentidos fazem o relatório,
mas tenho de continuar.

Vou por aí,
perseguindo paisagens,
sonhos meus,
em estrada larga,
carreiro da minha imaginação.

Reclamo, investigo,
perco-me,
ninguém se importa
com demanda minha.

Há um mar por atravessar,
tormentas e adamastores,
nevoeiros e não sei que mais.

Percorro trilho 
de rumo por inventar,
atrevo-me em travessias,
passagens com serventia
da vida,
onde o tempo se enconde
e eu me busco,
sem cessar,
na inquietação de me ser.




terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Como uma borboleta



Sopras o desejo nesse olhar,
vergando-me com o silêncio
das tuas palavras.

Sou embarcação
com borboletas no porão,
ou serei apenas rapariga
com impressões na barriga?

Vês?
Até me fazes rimar
na vibração da tua respiração
que me deixa à deriva, 
por aí,
onde tu moras
e me encontras.

Nesse mar de margens distantes,
na baía calma que me chama.

Tremo,
arrepio-me,
cerro os olhos,
em disfarce de quietação
pois sei que me soprarás,
outra vez.

Deixas-me entrar no vapor,
no chão da neblina,
o teu olhar de desejo,
onde navego
 e me sou.




segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Onde estás?



Ainda agora te sentia,
eras meu
sob o lençol
da minha pele,

Tocava-te
como quem dedilha
a melodia de todos os tempos.

As minhas mãos percorriam-te
no compasso do olhar,
sem maestro,
na cumplicidade
da pele.

Ainda agora te sentia
e já o vazio tomou posse
destes dedos tristes,
sozinhos.

Não te sei,
perdi-te por entre
intervalos,
instantes a que chamam vida.
Não quero acredito.

As minhas mãos
galopam o ar,
em demanda tua,
sofrem
e só te querem sentir . . . uma vez mais.



quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

2015 Chegou ! ! !



Apenas um beijo,
uma simples flor . . . 


. . . um novo calendário por desfolhar,
sem pressas,
na calmaria de ser feliz!